Entrei em contato com a figura deste deus, Swiatowid, quando estava visitando Cracóvia. Vi-o ao pé do castelo desta cidade. Mas ele não é muito popular: em formato de coluna, fica postado num pequeno canteiro, na verdade escondido por uma pequena árvore. Não há placa alguma. Quem passa por ali mais se interessa em se apressar à escadaria que leva à residência real cracoviana.
A única atração ao lado de Swiatowid é uma daquelas placas mundiais, daquelas que carregam em si umas 30 setas apontando para cidades de todo o globo.
Swiatowid (lê-se: SHVIATÔVID) vem de swiat (SHVIAT), mundo em polonês. Sua estátua compõe-se um corpo normal, encabeçado por quatros faces, voltadas para os quatro cantos do mundo. Um guardião, visionário, observador da Terra.
Isso me serviu de mote para este blog e, de certo modo, para as coisas que mais têm me interessado ultimamente. Para pôr em termos, trata-se de um misto entre jornalismo, relações internacionais e ciências da cultura. E a idéia principal é conseguir, através de um acompanhamento aqui no blog, passar a exercitar melhor uma compreensão de mundo. Pois gosto muito de notícias internacionais, gosto de conseguir sentir e acompanhar os acontecimentos numa dimensão bastante ampla, não importa o tipo de editoria que seja.
Mas isso não é fácil. Ler mil notícias desde a eleição na Venezuela, passando por construções milionárias em Kuala Lampur e desembocar em contratos de imagem de Angelina Jolie é fácil. Agora, como disse um professor que às vezes admiro muito, “o mais difícil são as conexões”. Conectar, construir um sentido deste amontoado absurdo de fatos que se jogam à nossa cara é um dos maiores desafios que batem à minha cara neste mundo de noticiamento global, mas de pouca compreensão de mundo. Isso não reside na incompetência das pessoas, mas na dificuldade hipersensitiva da tarefa.
É com esse objetivo que tentarei construir este espaço aqui. Vamos ver no que vai dar.