A Noruega protagonizou nesse sábado o mais recente caso de terrorismo no Velho Continente. Oslo 2011 ultrapassou em mortos e feridos último grande ataque, Londres 2005, embora não tenha alcançado ainda a tragédia de Madri 2004, nem chegado perto dos mortos de Lockerbie 1988.
Mas Oslo foi, em dois sentidos, o pior ataque terrorista sofrido pela Europa.
Em primeiro lugar, trata-se, ao que tudo indicam os fatos até agora, de um ato de terror gerido, pensado e realizado somente com elementos europeus. Diferentemente dos três casos citados acima, o componente islâmico se mostra ausente, seja vindo de fora ou cultivado em casa, como foi o caso dos britânicos muçulmanos que explodiram as bombas em 2005 na capital do Reino Unido.
Em segundo lugar, trata-se de um terror que, ao que tudo indica, é resultado direto da tendência política vivida nas últimas décadas pela Europa. A ascensão da batizada “extrema direita europeia” é um fenômeno presente em grande parte da União Europeia, acompanhada de partidos de centro-direita nos seus principais países (UK, França e Alemanha).
A Noruega, não por coincidência, não é um desses casos. Os ataques a bomba e tiros de Oslo tiveram como principal alvo os Trabalhistas, que governam o país, e como perpetradores prováveis os insatisfeitos da extrema-direita.
Menos de um ano depois da explosão de Estocolmo 2010, o desenvolvidíssmo triunvirato social-democrata do Norte da Europa volta a ser palco do “terror”, aquele evento sempre tão creditado aos islâmicos, mas que agora crava mais fundo na alma europeia por mãos, sangue e motivação igualmente europeus.